segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lucky Strike

Ela olhou tão atentamente para ele, como se quisesse memorizar cada traço de seu rosto, do seu sorriso contido, seu olhar dominante e sua expressão calma.


- Você vai embora? – Ele perguntara com aquela falsa calma de jogador de xadrez.

Ela respirou fundo e se conteve para não dar a resposta certa, a que provavelmente seria a mais dolorosa.

- Sim – Foi curto, rápido e muito simplista para alguém tão complicado.

Ele tirou um maço de Lucky Strike bolso e um cigarro do maço. Ele colocou o cigarro na boca e acendeu com o isqueiro. Ela maneou a cabeça para o lado de uma forma cansada e tão conhecida. “Que um?” ele perguntara.

- Eu vivi todo esse tempo sem você, portanto, não é agora e nem por isso que vou morrer – Ele não se assustara, sabia bem disso e concordava piamente com cada palavra. E ainda assim segurou a mão dela sobre a mesa.

Algo tão machucado, tão ridiculamente paradoxo e ainda assim tão apreciado em sua extensão.

 
Por: Thays Rufino

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails